sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Soneto da Fome

A fome é uma droga leve
Começa pelo pé
Caminhando em quem a teve
Pesa pelas pernas, palavra e olheiras

Demência de humor, desejo e orgulho
tenho no mergulho que me queima
E na minha barriga nada
Ciclóstomo estomacal, medusa sereia

Acordo e cada passo
Delirante asco à fome
Sinto como pesa nos meus braços

E te tenho como bobo místico
Afagando a dor com um sorriso
para dormir com o que me cala.

Vinícius Alves

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