terça-feira, 9 de junho de 2009

Em trânsito





Em transito... Sou um barco que nunca desaparece no horizonte, sempre quero aportar na ilha vazia. A beleza se extingue num virar e baixar os olhos. Muitas vezes sou considerado grave; é Drummond. Minhas angústias e dores de barriga não andam virando poesia. Não ando escrevendo palavras desfuncionais. A logicidade parece sempre me deixar sóbrio, mesmo apaixonado. Fiquei preocupado hoje: Entrei num cyber café lotado. Eu estava chapado. Uma marola com certeza grande. Ninguém percebeu, acredita? Tive vontade de dar uma baforada imediatamente. Me percebam!!! Eu percebo vocÊs. Mentira!! Eu não percebo eles. Eu fico indignado quando eles falam, sorriem, contam piadas, mas não pergunto por que eles sorriem. Eles lá, eu cá. É como se fôssemos realmente esse silêncio, cada um com o silêncio que é. Mas se hemos de ser silêncio, por que não sermos ilhas. Desconhecidas para muitos, desconhecidas de nós mesmos. Uma cerveja, um beck, carros na cidade. Nada disso possui sentido. Nada disso é poesia. E agora? O que eu faço? Não sei fazer poesia. Se sei, não sei. O vício me brutaliza, sabia. Tô mazelado, mas não acredito nos médicos. Não tenho coragem de levantar da rede. Sonhar anda sendo um ataque de bruxismo.. Eu viajo, vianjandão, viajandísssmo. Canso, canso, canso. Orgulho não é o meu maior encanto. Não busco um divino canto. Sonho com partidas desesperadas e claros negrumes. Contornos de mordidas e hematomas antigas.
Acordei e era um menino com olheiras. Ai... As nuvens não são mais de maio, não tenho mais nada pra falar e torço pra ter sempre mais um pouco de sono.