sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Poeta


O Poeta saiu de casa
O Poeta foi amar
O Poeta...
O Poeta não sabe amar
O Poeta voltou pra casa
Mãe, quebrei a cara.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

devir

Hoje me perguntei:
"Como estou?"
então parti com fúria minha personalidade em...
Não sei quantas.
Um dos mim´s eu vi doce; percebi inclusive grande espontaneidade e vida.
Esse mim aí tomou café da manhã como um rei e venceu: foi de bicicleta pela cidade chuvosa,
olhou e respeitou velhinhos no meio da rua, trancou sua magrela numa placa de "PARE".
Um outro mim almoçou sem fome um prato sem gosto. Amou o dia nublado, tomou goles e goles
de água e sentou para ler uma teoria furada sobre abstrações científicas. Esse, ou melhor, aquele mim cansou de ser e tomou um banho com café quente. Ai! Que mim... Nascido do preto do café esse mim foi simpático; viu pequenos conhecidos pela rua e se fez feliz por poder dizer tchau!
Aí cansou... Morreu.
Nasceu um mim de portão trancado por mil mãos. Esse mim leu, caminhou entre vagos pensamentos dispersos e perdidos e procurou motivo para ler um livro didático que tentava
provar que Literatura serve.
Aí foi... Mais um mim que não volta, decerto.
Gaguejou lá do ovo, então, um mim solene, que cruzou a perna esquerda sobre a direita (sim!
porque esse mim é hétero) e começou a cuspir palavras sem sentido numa folha pálida usando caneta de tinta azul, cor confortável e vulgar. Aquele aí não durou; ficou tão perdido que saiu de mim logo depois das primeiras conclusões a que chegou sobre a natureza, a cultura, a morte e a vida. Esses mim´s que escrevem, no entanto, são demasiado soberbos; usam palavras grandes de fôlego curto e significação vazio, ô, vazia!
Se amasiou então à primeira desculpa desenxabida baseada numa revolta sem fim e voou vazio pela pauta continuamente pálida. Teve um mim que quase bate numa menina que não pôs o celular no silencioso, exatamente quando um bom aforismo brotou da larva migrans que peguei após ter contato com fezes de um canis familiaris.
Então, um dos mim´s, talvez recentementemente nascido, ou quem sabe apaticamentemente guardado no meu cérebro, porque eu não sou nem poeta, pra ter coração...
Sim. Sim. Sem digressão! Esse mim impacientou-se, pegou o papel pálido e disse que quem mandava agora era ele, e, quando ele manda(afirmou) num tem essa de poesia não; a folha fica vazia(sem letras) mas o aluguel tá sempre em dia.
Um dia (disse um mim)
Um dia eu encontro esse fulero, escrevo um livro só das histórias besta que ele conta e duvida...
duvida que ele ainda se atreva a fechar o caderno quando eu tiver fazendo uns verso bonito.
Agora só duvido, que apareça um mim que conte esse texto em voz alta, esperando, então, que algum outro mim, lá da platéia, diga:
CLAPS,CLAPS,CLAPS.